Umidade, deterioração do reboco e da pintura em regiões inferiores da parede? Entenda os motivos
- JM Engenharia Diagnóstica
- 13 de jun. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 10 de abr. de 2021
Isto Ć© comum em sua residĆŖncia?

Ć notório que a Ć”gua, seja em estado lĆquido ou gasoso, Ć© um dos principais fatores de desgaste de uma edificação, pois tem a capacidade de penetrar em estruturas desprotegidas. Grande parte das manifestaƧƵes patológicas na construção civil estĆ£o relacionadas a este elemento, principalmente devido a uma caracterĆstica de a mesma apresentar um elevado poder de penetração em conjunto com a porosidade dos materiais. Nesta publicação iremos abordar sobre a umidade ascendente, umas das principais causas de avarias encontradas em residĆŖncias e apartamentos tĆ©rreos.
O que Ć© umidade ascendente?
A umidade Ascendente, também conhecida como umidade de Absorção e capilaridade, é caracterizada pela absorção de Ôgua dos solos úmidos pelas estruturas de fundação, bem como dos revestimentos aplicados no chão, por meio de canais capilares que migram até as paredes e pisos, resultando em manifestações patológicas nestes subsistemas. As residências térreas, bem como os apartamentos e ambientes em contato direto com o solo, são os imóveis que mais sofrem com esse tipo de infiltração, devido à essa proximidade, de onde provém a umidade. A figura a seguir esquematiza o processo da umidade ascendente.

Quais são as principais manifestações patológicas oriundas da umidade ascendente?
Os danos causados por essas infiltrações, estão situados em sua grande maioria nas regiões próximas ao rodapé e nos pisos cerâmicos. Segundo o Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), negligenciar a impermeabilização tem como resultado a infiltração de Ôgua num primeiro instante, seguida de uma série de consequências patológicas sérias, como:
EflorescĆŖncia;
Degradação do concreto e da argamassa;
Empolamento e bolhas nos revestimentos;
Corrosão de armadura;
PresenƧa de fungos e bolores.
Ć importante salientar que o excesso de umidade, torna o ambiente propĆcio para a proliferação de mofo e outros fungos, que podem vir a ocasionar problemas de saĆŗde dos ocupantes do imóvel. Portanto a umidade excessiva, prejudica satisfatoriamente a habitabilidade do local.

Como evitar a umidade ascendente?
Existem diversas maneiras de evitar que essas infiltraƧƵes ocorram na sua edificação. Em sua essĆŖncia, deve-se realizar uma impermeabilização adequada dos elementos de fundação em contato com o solo, de modo que a umidade proveniente dos mesmos nĆ£o venha a atingir os elementos mais suscetĆveis a danos. De maneira geral, as vigas baldrames, contrapiso e argamassas de assentamento das primeiras fiadas, sĆ£o os principais sistemas e subsistemas ao qual deve haver maiores cuidados com a impermeabilização, tanto em relação ao projeto e execução, bem como com a escolha dos materiais. A imagem a seguir ilustra o correto processo de impermeabilização desses sistemas.

Como realizar a correta recuperação?
HÔ vÔrias terapias para a umidade ascendente, e as soluções empregadas devem ser analisadas caso a caso, dependendo do grau de umidade. De maneira geral, a solução consiste em evitar que a umidade volte a atingir os revestimentos, de modo que não ocorra o reaparecimento das manifestações patológicas descritas acima. Estima-se que o custo de uma correta impermeabilização durante a execução estÔ em torno de 3% do valor global de construção, enquanto para que haja um tratamento e correção de problemas causados pela falta ou inexistência de impermeabilização, os valores sobem para 10% do custo da obra.
A solução comumente mais empregada para esse tipo de terapia, consiste primeiramente na retirada de todo o revestimento argamassado deteriorado atĆ© expor a alvenaria. Ressalta-se que de modo a garantir uma melhor seguranƧa no reparo, Ć© recomendado que acrescente 50 cm acima das regiƵes onde foram constatados os danos. Após a retirada do revestimento argamassado Ć© realizado uma limpeza da superfĆcie de maneira minuciosa, evitando assim que qualquer material possa vir a prejudicar a aderĆŖncia do produto impermeabilizante aplicado posteriormente.

O próximo passo consiste na aplicação do produto impermeabilizante. Neste tipo de solução empregada Ć© recomendado a utilização de argamassa polimĆ©rica, que Ć© um material de base cimentĆcia, com aditivo de polĆmero e minerais especĆficos que conferem ao produto caracterĆsticas impermeabilizantes. Após o preparo da argamassa realiza-se a aplicação desse produto nas regiƵes onde houve a retirada do reboco.
De modo a garantir o correto desempenho, devem ser seguidas criteriosamente as recomendações do fabricante desse produto. Salienta-se ainda, que as demãos da argamassa polimérica devem ser aplicadas de maneira cruzada. Em seguida, é realizado o chapiscamento, onde é recomendado a utilização de emulsão adesiva. Após 24 horas da aplicação do chapisco, é realizado a aplicação da argamassa de revestimento com aditivo impermeabilizante, seguindo sempre as recomendações do fabricante e devendo ser feita a cura úmida deste material por três dias.

O acabamento final, por sua vez, deve ser realizado após 28 dias do término do reboco. Ressalta-se que devem ser respeitados todos os tempos de secagem e cura dos materiais usados, bem como seguir todas as recomendações dos fabricantes, para garantir o desempenho propostos e evitar futuras manifestações patológicas no seu imóvel.
O correto diagnóstico das manifestações patológicas é essencial para definir a melhor medida de terapia a ser realizada. A JM Engenharia Diagnóstica possui profissionais qualificados para a caracterização destas anomalias. Entre em contato clicando aqui.
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